sábado, 18 de julho de 2009

Pelo fim das sacolas plásticas

Alfredo Schmitt: Contra redução de sacolas plásticas
Presidente da Associação Brasileira de Indústria de Embalagens Plástica
Rio - A campanha ‘Saco é um saco’, apoiada pelo Ministério do Meio Ambiente, é uma ação devastadora contra nosso setor. Será veiculada por seis meses na televisão, revistas e outros meios de comunicação para estimular donas de casa, jovens e moradores de grandes cidades a não utilizar sacolas plásticas.
O que a campanha esquece de ressaltar é que, antes de proibir, é preciso ensinar. O anúncio começa mostrando um consumidor jogando um saco plástico pela janela de um ônibus. Será que o problema é a sacola ou a falta de educação?
Sacos plásticos não têm pernas, nem asas, nem nadadeiras. Se eles estão em lugar inadequado, é por erro humano. Eles são atóxicos e têm balanço positivo de sustentabilidade, uma vez que descartam corretamente o lixo. Ou é melhor abrir mão da sacolinha de supermercado e jogar o lixo a céu aberto?
Se pessoas mais carentes tiverem que comprar sacos de lixo, já que não contarão mais com os do supermercado, deixarão de comprar feijão, arroz, frango, biscoitos etc? Não! Elas jogarão o seu lixo a céu aberto ou usarão alternativas mais frágeis, o que espalhará lixo pelas ruas, rios, córregos e matas.
Ou seja, retrocederemos muito na preservação ambiental. Por outro lado, o varejo que está por trás da campanha tem suas marcas próprias de arroz, feijão e outros produtos de consumo popular embaladas justamente em sacos plásticos. Que interessante os dois pesos e as duas medidas. E logo para prejudicar o consumidor que menos pode.
Foi inaugurada com esta propaganda a fase do proselitismo ambiental oportunista. O saco plástico não é um saco; o oportunismo é.

Hildon Carrapito: A favor da redução de sacolas plásticas
Coordenador do Instituto Aqualung
Desde o ano de 2004, diversas ações ambientais de coleta de lixo e microlixo vêm sendo desenvolvidas pelo ‘Projeto Limpeza na Praia’ com sacolas biodegradáveis por mais de 20.000 voluntários, para alertar a população do uso exacerbado das sacolas plásticas, que ora são tema de intenso debate.
Campanhas como a ‘Saco é um saco’, do Ministério do Meio Ambiente, tentam sensibilizar consumidores a fim de que se produzam menos sacolas; essa redução terá reflexo direto na geração de gás carbônico, o que reduz o efeito estufa e contribui para frear o aquecimento global.
É extremamente necessário empreender uma grande campanha de educação ambiental incentivando os consumidores para esquecer, a curto prazo, o hábito de depender dessas sacolas plásticas. A população precisa se acostumar logo a trocá-las pelas reutilizáveis. Hoje, há modelos de tecido ou biodegradáveis compostáveis — uma delas é feita à base de milho, por exemplo.
Boas notícias nesse assunto não faltam. As leis para este fim serão mais rígidas, e campanhas novas surgirão, fomentando a aquisição de sacolas com desenhos, frases ecológicas e incentivos como prêmios, concursos, dentre outros, a fim de torná-las muito mais atraentes. Demorou! Graças a Deus e à população é que poderemos retirar da natureza o plástico que, após ser bem utilizado, é descartado sem a possibilidade de se reaproveitar.
O mundo já sabe do problema e os seres pensantes já estão agindo. Em breve acreditamos que novas soluções serão criadas e adotadas, servindo de exemplo, e ampliando o entendimento de usar cada vez menos os materiais de plástico descartáveis. Tenha consciência. Reflita!
Fonte: jornal O Dia

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