terça-feira, 16 de junho de 2009

Gigantescas reservas de pré-Sal justificam novo marco regulatório para setor de petróleo

Parlamentares da bancada do PT na Câmara reafirmaram na sexta-feira (5) a necessidade de um novo marco regulatório para o setor de petróleo, sobretudo em razão das gigantescas reservas do pré-Sal. De acordo com os petistas, a confirmação feita pela Petrobras na quinta-feira (4) da existência de reservas gigantes de petróleo e gás natural na camada pré- Sal da área de Tupi, na bacia de Santos, acaba com qualquer suspeita levantada por multinacionais acerca das descobertas da estatal. Na semana passada, publicou-se na imprensa que a multinacional Esso teria fracassado na perfuração de um segundo poço em Tupi.
Para o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), as dúvidas alimentadas na imprensa fazem parte de uma tentativa, por parte de grandes interesses na área petrolífera, de esvaziar o debate sobre um novo marco regulatório para o setor, proposto pelo governo Lula. "O setor de petróleo vive uma verdadeira guerra de bastidores acerca da novo marco regulatório que o governo enviará ao Congresso. As dúvidas infundadas sobre a existência da reserva são parte de uma estratégia de disputas políticas que visam alimentar uma contra-informação e travar a nova regulação", afirmou o deputado.
Credibilidade: O deputado Luiz Alberto (PT-BA) reafirmou a credibilidade da Petrobras e disse que as pesquisas e estimativas da estatal sempre foram confirmadas. "A capacidade da Petrobras e dos seus técnicos tem sido confirmada ano após ano em todos os processos e investimentos comandados pela empresa. As dúvidas que surgiram com as operações da Esso têm o claro objetivo de esvaziar o debate do novo marco, que precisa ser feito o mais rápido possível", destacou.
De acordo com o parlamentar, trata-se de uma tentativa do setor petroleiro, motivado pela cobiça em torno das reservas, de tentar confundir a população e implantar a idéia da desnecessidade do novo marco regulatório, o qual deverá assegurar ao povo brasileiro a propriedade e o controle do petróleo do pré-Sal.
O novo marco, de acordo com o petista, tem a importante missão de evitar que toda a riqueza do pré-Sal seja facultada à diversas multinacionais e grupos privados nacionais, que já detêm boa parte das ações da Petrobras. A estatal é uma empresa de capital aberto. "Cerca de 63 % das ações da empresa estão em mãos privadas. Deste total, 80% pertencem à investidores na bolsa de Nova York", explicou o deputado.
Foi no governo Fernando Henrique (1995-2002) que houve oferta das ações da empresa no exterior. Com este cenário, a ideia, segundo Luiz Alberto, é que uma nova empresa estatal seja criadas para gerir o pré-sal. "Trata-se de uma riqueza do povo brasileiro. Temos que defender este patrimônio", reafirmou o petista.
Confirmação: Em nota, a Petrobras informou na quinta-feira (4) que a perfuração de um terceiro poço na área de Tupi confirmou o potencial de reservas entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo leve de boa qualidade e gás, conforme anunciado em fins de 2007. O novo poço está a33 quilômetros a noroeste do poço descobridor de petróleo na área de Tupi - e a 250 quilômetros do litoral do Estado do Rio de Janeiro. O poço, batizado informalmente pelo nome de Iracema, é tão profundo quanto os anteriores. Cerca de 5 mil metros, dos quais 2.210 metros só de distância do nível do mar ao solo. A camada de sal nessa região é de cerca de 2 mil metros.
As informações acabam com as dúvidas motivadas pelo silêncio da Esso Brasileira, subsidiária da ExxonMobil, que mantém em seu site a informação de que a empresa já terminou de perfurar o segundo poço no bloco 22 da bacia de Santos, chamado Guarani, mas não fez nenhuma comunicação de descoberta, o que levantou dúvidas no mercado sobre a viabilidade do bloco, considerado um dos mais promissores do pré-sal, em torno de Tupi. A Esso havia informado a descoberta de um reservatório no BM-S-22, que ganhou o nome de Azulão, no dia 16 de janeiro, depois de cinco meses de perfuração.

Um comentário:

Anônimo disse...

O pré-sal necessita de novo marco regulatório; no entanto, NÃO de nova empresa brasileira para explorá-lo. A Petrobrás tem experiência e credibilidade para fazê-lo. Nova empresa só será usada para cabide de empregos. Pedro Ernesto