Dilma entre as 100 mulheres mais inspiradoras da atualidade
A presidenta Dilma Rousseff foi incluída na lista das 100 mulheres “mais inspiradoras” da atualidade, publicada no site do jornal britânico “The Guardian” no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Dilma está na categoria “Política” e aparece ao lado de personalidades como a ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher e a secretária de Estado americana, Hillary Clinton.
No perfil da presidenta, o jornal a descreve como uma “guerrilheira socialista adolescente que enfrentou a prisão e a tortura para se tornar a primeira mulher a presidir o Brasil” e uma gestora rígida e pragmática. Mas também cita críticos da presidenta, para quem a então candidata, em 2010, recuou em sua posição com relação ao aborto para acalmar setores religiosos. E lembra que ela fez “várias” cirurgias plásticas.
Ao fim do perfil, o jornal informa que a presidenta já está enfrentando um “teste imenso”, que são as “recentes enchentes que mataram centenas e soterraram cidades inteiras”. A lista das 100 mulheres mais inspiradoras do mundo foi feita a partir de 3 mil sugestões de leitores do “The Guardian”.
Fonte: O Dia Online
Elza Monnerat
Neste dia Internacional da Mulher, lembramo-nos do exemplo de vida deixado por Elza Monnerat (1913-2004), ativista comunista, dirigente do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e integrante da Guerrilha do Araguaia.
Elza não foi a principal, nem a grande liderança popular do PCdoB. Não exerceu cargos no parlamento e nem se caracterizou como grande oradora. Tímida, não gostava de falar nem mesmo em reuniões partidárias.
Com 32 anos, Elza entrou para o Partido e nele se dedicou às tarefas cotidianas de base. No final da década de 1950, se opôs aos desvios reformistas da direção nacional e, mais tarde, rompeu com a direção do PCB e participou da Conferência Extraordinária que reorganizou o PC do Brasil, passando a compor a direção nacional do Partido.
Após o golpe militar de 1964, passou a ser a responsável pela montagem dos aparelhos nos quais se reuniam os membros do Comitê Central. Era ela quem buscava e levava os dirigentes para as reuniões clandestinas. A partir de 1967 ela se dedica à montagem da guerrilha na região do Araguaia.
Elza é, acima de tudo, uma mulher de coragem. Sua primeira e única prisão se deu em dezembro de 1976, quando já estava com 63 anos. Foi presa cumprindo mais uma vez a tarefa de conduzir os membros do Comitê Central para longe do aparelho partidário. Não deu sossego aos seus captores: ainda quando era conduzida ao DOI-Codi, encapuzada e cercada de policiais, gritava “Abaixo a ditadura”. Ela queria que as pessoas que estivessem passando soubessem que ali estava uma militante revolucionária que não se rendia.
Anos depois de sua prisão continuou a dar trabalho à ditadura, participando de uma greve de fome patrocinada pelos presos políticos brasileiros. Ela só seria libertada em 31 de agosto de 1979, após a anistia.
Elza nunca esteve no centro do palco, mas estava lá, participando das principais cenas. Ela esteve presente em todos os momentos decisivos da vida do PCdoB. Numa época marcada pela ofensiva política e ideológica do neoliberalismo, na qual predominam valores anti-sociais como o individualismo, o egoísmo – a lógica do cada um por si – a biografia de Elza é uma demonstração inequívoca de que uma nova humanidade é possível e que os poderosos de plantão, apesar das aparências, não são invencíveis.
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