sexta-feira, 26 de junho de 2009

Audiência pública sobre o Uso Abusivo de Álcool e outras Drogas

Na Semana Nacional de Combate ao Uso de Entorpecentes a Câmara de Vereadores discutiu o uso abusivo de álcool e drogas em uma audiência pública que foi proposta pelo Dr. Ilson Peixoto. O crescente aumento do número de dependentes químicos e as constantes apreensões de drogas na cidade foram alguns dos fatores que motivaram da realização desta reunião.

Durante a audiência foi reforçada a necessidade da prevenção ao uso de entorpecentes. De acordo com os palestrantes prevenir o surgimento de novos usuários é muito mais eficiente do que combater as drogas.

- No NEPAD a prevenção é feita com enfoque no desejo do indivíduo. Nosso objetivo é introduzir hábitos saudáveis no cotidiano das pessoas para que assim elas possam suprir sua curiosidade de experimentar a droga. Diferente do que acontece com vítimas de outras doenças, no caso dos dependentes químicos e alcoólicos a debilidade física ocorre por vontade própria. A droga não corre atrás das pessoas, quem usa a primeira vez faz isso porque quer e é isso que queremos evitar – afirmou Maria Teresa Aquino, diretora do NEPAD/RJ.

O trabalho de prevenção é apenas uma das frentes de combate ao consumo de entorpecentes, cujas conseqüências do uso indevido afetam toda sociedade. Angra apresenta o maior índice do estado de homicídios com relação direta ou indireta ao álcool e outros entorpecentes. Segundo o presidente da Feam, Carlos Vasconcelos, 30% dos óbitos ocorridos na cidade tem relação direta ou indireta ao consumo de drogas e álcool.

Quanto ao tratamento de dependentes, todos os profissionais que fizeram uso da fala afirmaram que o usuário tem que ser visto como um cidadão com uma gama de problemas a serem tratados. Fatores psicológicos, problemas de relacionamento com a família, questões sociais e ainda outras questões devem ser consideradas. Em geral, não apenas o paciente como sua família precisa receber tratamento devido aos traumas que as dependências química e alcoólica causam à estrutura familiar.

- O trabalho com a dependência é apenas um dos tratamentos que a pessoa precisa ter. Muitas vezes não conseguimos fazer com que o usuário largue o vício, então trabalhamos com a lógica de redução de danos. Se o ele é incapaz de agüentar a abstinência, focamos no uso minimizado da droga. O vício não é abandonado, mas a pessoa utiliza a substância o mínimo possível.

A população participou ativamente da audiência e se mostrou preocupação com a grande quantidade de jovens que utilizam entorpecentes. O Festival de Música da Ilha Grande foi citado por internautas e por vereadores como algo preocupante, pois está se tornando cada vez mais comum ver menores de idade bebendo. O major Flávio Barra, do 33º batalhão da Polícia Militar, enfatizou que o consumo desenfreado de álcool é um problema grande e deve ser combatido pela sociedade como um todo. O militar reforçou que o trabalho de combate e repressão feito pela polícia não é suficiente para mudar esta situação, para tal é preciso que a família, o poder público e a sociedade civil se unam. O uso abusivo de álcool e drogas e um problema de todos.

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