terça-feira, 17 de março de 2009

Petróleo no mar de Angra: primeiro poço começa a produzir em Maio.

Navio-plataforma que vai fazer primeiro teste de longa duração com óleo do pré-sal já está a caminho do Brasil.

O navio-plataforma FPSO São Vicente, que vai iniciar em 1º de maio o Teste de Longa Duração (TLD) do Campo de Tupi, na área do pré-sal da Bacia de Santos, está a caminho do Brasil. O poço 3-RJS-646, onde a unidade será acoplada, fica próximo a Angra dos Reis. O RJS-646 teve a sua perfuração concluída, foi testado e apresentou bons resultados. O teste de longa duração é a última etapa antes do início da produção comercial de petróleo, e deve demonstrar que dados dos levantamentos preliminares sobre a quantidade e qualidade das reservas de petróleo estão corretos, o que abre o caminho para a exploração comercial.
Neste momento, o poço está sendo completado para ser conectado ao navio-plataforma, que deixou Cingapura, onde foi adaptado, e está a caminho do Brasil. A previsão é de que este primeiro poço produzirá, diariamente, entre 10 e 20 mil barris diários de petróleo e gás equivalente durante a realização do Teste de Longa Duração. A expectativa da Petrobras é de que o Teste de Longa Duração permita melhor conhecimento do mecanismo natural de produção da jazida e outras informações sobre a atividade de exploração no pré-sal, que vão subsidiar os projetos definitivos da área.Nos últimos dois anos, foram perfurados na área dez poços exploratórios e todos indicaram a presença de petróleo e gás.
A expectativa da Petrobras é de perfurar no pré-sal da Bacia de Santos em 2009 mais nove poços.O pré-sal é uma área exploratória das bacias do Sudeste e do Sul, já mapeado pela sísmica (levantamento de superfície que permite conhecer as características do subsolo) e que se estende de Santa Catarina ao Espírito Santo, numa área de 800 quilômetros de comprimento por 200 quilômetros de largura, em águas profundas e ultraprofundas. Na avaliação da Petrobras, além de elevar a produção brasileira de petróleo e transformar o Brasil em um grande exportador de óleo, o desenvolvimento das descobertas no pré-sal vai ampliar as oportunidades de emprego, com formação de mão-de-obra altamente especializada. Ainda segundo a empresa, os investimentos iniciais de R$ 70 bilhões, previstos no Plano de Negócios da companhia para o período 2009–2013 no pré-sal, vão proporcionar um desenvolvimento sem paralelo da indústria de base e expansão das empresas de engenharia, indústria naval e correlatas, produtoras de equipamentos de grande porte e prestadoras de serviço.
O Polo Pré-Sal da Bacia de Santos é composto pelas áreas dos blocos BM-S-8, BM-S-9, BM-S-10, BM-S-11, BM-S-21, BM-S-22 e BM-S-24. Fica a cerca de 300 quilômetros da costa do estado do Rio de Janeiro e em torno de 350 quilômetros da costa do estado de São Paulo, em lâminas d’água ultraprofundas que variam de 1.900 a 2.400 metros.Com exceção do bloco BM-S-24 (Júpiter), com potencial para grande produção de gás natural, todos os demais têm planos de avaliação aprovados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP). Esses planos prevêem a perfuração de 22 poços de avaliação nos próximos cinco anos, juntamente com a execução de sete testes de longa duração (TLD). Ainda no pré-sal da Bacia de Santos, onde a Petrobras tem cerca de 60% dos interesses econômicos, a expectativa é de que a produção de petróleo atinja a marca de 1 milhão de barros diários em 2017, apenas 12 anos após a descoberta de Parati, a primeira no pré-sal, em 2005.
O petróleo da Bacia de Santos, principalmente o do Campo de Tupi, é do tipo leve, o mais valioso no mercado internacional. O óleo leve fornece uma quantidade maior de produtos nobres, como a nafta, que é a matéria-prima da gasolina. Com isso, o valor conseguido pela venda do petróleo é mais alto, mas o governo federal tem indicado que o Brasil deve refinar o petróleo da Bacia de Santos em instalações nacionais, como o Complexo Petroquímico que está sendo construído em Itaboraí. O objetivo é vender os derivados prontos aos países importadores, conseguindo assim um lucro mais elevado com a operação.


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