Durante quase cinco horas a Câmara de Vereadores de Angra dos Reis debateu os efeitos na Costa Verde da exploração de petróleo na camada pré-sal. A discussão fez parte da Audiência Pública para detalhamento do projeto preparado pela Petrobras.
O evento foi aberto com uma palestra explicativa sobre a camada pré-sal, iniciada pelo coordenador de Produção da Petrobras, Cláudio Ultra, que deu detalhes sobre como é feita a prospecção do petróleo e gás no mar, os tipos de plataformas usadas pela estatal, além de detalhes do Campo de Mexilhão, na Bacia de Santos – área em que engloba as baías de Angra, Mangaratiba e Paraty.
Logo depois foram apresentados dados impressionantes e que podem mensurar o tamanho da reserva prevista do pólo pré-sal. Conforme explanação do engenheiro e membro da diretoria de exploração da Petrobras, Mauro Yuji, a empresa extraiu do mar em 54 anos de trabalho 11.510 bilhões de barris de petróleo e ainda tem reserva mapeada de 14 bilhões de petróleo. São extraídos diariamente 1.800 milhões de óleo por dia. Se a projeção feita para esta nova área for realmente comprovada, o Brasil irá dobrar até 2020 a produção por dia.
- A meta será dividida por etapas. A primeira servirá para aquisição de conhecimento até 2013 - disse Yuji.
No ano seguinte será iniciada a fase de desenvolvimento definitivo, que ainda terá duas subfases. A chamada 1B terá duração de quatro anos e pretende marcar ao fim a prospecção só no pré-sal de 1 milhão de barris por dia de óleo. A fase um 2B segue em diante.
O diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobras, Fernando Siqueira, reforçou os números da gigante reserva. Segundo ele, a estimativa é que a área tenha 90 bilhões de barris, ou seja, multiplicando por sete a reserva atual e elevando o Brasil a quarta maior potência petrolífera do mundo, atrás apenas da Arábia Saudita, Irã e Iraque, acrescentando que o material tem excelente qualidade por estar em uma camada tão profunda no subsolo que é pouco atingida por bactérias, o que poderia reduzir essa pureza do produto. O profissional reforçou o tom dos discursos anteriores de que as jazidas devem receber novas regras para exploração.
- A atual regra diz que empresas privadas que detenham o comando dos blocos de petróleo, fiquem com 50% de tudo que é retirado do mar. No mercado internacional esse percentual é de 84%. Então foi certa a suspensão dos leilões – disse Siqueira em argumentação sobre a suspensão dos leilões dos blocos de exploração feita pelo Governo Federal em 2008. .
Questionamentos sobre a influência do pré-sal em Angra
Como esperado, a maior parte dos questionamentos feitos pelos expectadores na Audiência Pública fez referência aos efeitos na região deste tipo de trabalho. Questionado sobre como a pesca seria interferida, Cláudio Ultra, explicou que a primeira modificação no setor é que a captura de pescado será proibida em um raio de 500 metros da área de produção, que hoje está a cerca de 270 quilômetros do continente fluminense. No entanto, ele explicou que a maior preocupação é quanto ao pescador artesanal, por causa da possível passagem de dutos. Ele ressaltou que nestes casos são realizados estudos antes e depois da implantação dos equipamentos e se houver impacto sobre a atividade, será analisada uma forma de ressarcimento.
Já Mauro Yuji informou que não foi mapeada ainda por completo quais as categorias que mais serão necessárias e em quais locais serão implantados pólos de formação de mão de obra. Só sinalizou que, naturalmente, a região terá o setor metalúrgico-naval aquecido por causa da construção de novas plataformas, ficando a cargo dos políticos locais canalizarem forças para trazer para o município cursos de qualificação custeados pelo Governo Federal e linhas de financiamento da própria Petrobras.
Ele também ressaltou que ainda está em analise quais serão os portos usados pela empresa para apoio logístico direto da estatal. Segundo o especialista, serão usados dois terminais entre o Rio e São Paulo.
- Angra poderá ser beneficiada com pré-sal com a construção de plataformas, com a instalação de empresas que fornecerão serviços ao campo e com a utilização do Terminal da Transpetro (na Ponta Leste), que possivelmente será usado para embarque e desembarque de petróleo – comentou Mauro Yuji.
A Casa legislativa esteve lotada, mas apenas oito dos 12 vereadores estiveram presentes. Os ausentes foram: Amilcar Jordão Caldellas (PMDB), Marco Aurélio Vargas (DEM), José Maria (PRB) e Lia (PT), que foi representada por um assessor. Também estavam presentes à discussão membros de sindicatos de classe afetados pela atividade, especialistas da estatal brasileira e os Secretários Municipais, Alexandre Tabet, de Atividades Econômicas, e Roberto Peixoto, de Fazenda - que representaram a Prefeitura.
Pela primeira vez a Câmara disponibilizou três canais de interação com os espectadores: telefone, e-mail e perguntas escritas no próprio plenário. O formato deve ser usado em outros debates no futuro, além da TV Câmara que transmitiu a atividade ao vivo.
Fonte: Notícia Pescada.
O evento foi aberto com uma palestra explicativa sobre a camada pré-sal, iniciada pelo coordenador de Produção da Petrobras, Cláudio Ultra, que deu detalhes sobre como é feita a prospecção do petróleo e gás no mar, os tipos de plataformas usadas pela estatal, além de detalhes do Campo de Mexilhão, na Bacia de Santos – área em que engloba as baías de Angra, Mangaratiba e Paraty.
Logo depois foram apresentados dados impressionantes e que podem mensurar o tamanho da reserva prevista do pólo pré-sal. Conforme explanação do engenheiro e membro da diretoria de exploração da Petrobras, Mauro Yuji, a empresa extraiu do mar em 54 anos de trabalho 11.510 bilhões de barris de petróleo e ainda tem reserva mapeada de 14 bilhões de petróleo. São extraídos diariamente 1.800 milhões de óleo por dia. Se a projeção feita para esta nova área for realmente comprovada, o Brasil irá dobrar até 2020 a produção por dia.
- A meta será dividida por etapas. A primeira servirá para aquisição de conhecimento até 2013 - disse Yuji.
No ano seguinte será iniciada a fase de desenvolvimento definitivo, que ainda terá duas subfases. A chamada 1B terá duração de quatro anos e pretende marcar ao fim a prospecção só no pré-sal de 1 milhão de barris por dia de óleo. A fase um 2B segue em diante.
O diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobras, Fernando Siqueira, reforçou os números da gigante reserva. Segundo ele, a estimativa é que a área tenha 90 bilhões de barris, ou seja, multiplicando por sete a reserva atual e elevando o Brasil a quarta maior potência petrolífera do mundo, atrás apenas da Arábia Saudita, Irã e Iraque, acrescentando que o material tem excelente qualidade por estar em uma camada tão profunda no subsolo que é pouco atingida por bactérias, o que poderia reduzir essa pureza do produto. O profissional reforçou o tom dos discursos anteriores de que as jazidas devem receber novas regras para exploração.
- A atual regra diz que empresas privadas que detenham o comando dos blocos de petróleo, fiquem com 50% de tudo que é retirado do mar. No mercado internacional esse percentual é de 84%. Então foi certa a suspensão dos leilões – disse Siqueira em argumentação sobre a suspensão dos leilões dos blocos de exploração feita pelo Governo Federal em 2008. .
Questionamentos sobre a influência do pré-sal em Angra
Como esperado, a maior parte dos questionamentos feitos pelos expectadores na Audiência Pública fez referência aos efeitos na região deste tipo de trabalho. Questionado sobre como a pesca seria interferida, Cláudio Ultra, explicou que a primeira modificação no setor é que a captura de pescado será proibida em um raio de 500 metros da área de produção, que hoje está a cerca de 270 quilômetros do continente fluminense. No entanto, ele explicou que a maior preocupação é quanto ao pescador artesanal, por causa da possível passagem de dutos. Ele ressaltou que nestes casos são realizados estudos antes e depois da implantação dos equipamentos e se houver impacto sobre a atividade, será analisada uma forma de ressarcimento.
Já Mauro Yuji informou que não foi mapeada ainda por completo quais as categorias que mais serão necessárias e em quais locais serão implantados pólos de formação de mão de obra. Só sinalizou que, naturalmente, a região terá o setor metalúrgico-naval aquecido por causa da construção de novas plataformas, ficando a cargo dos políticos locais canalizarem forças para trazer para o município cursos de qualificação custeados pelo Governo Federal e linhas de financiamento da própria Petrobras.
Ele também ressaltou que ainda está em analise quais serão os portos usados pela empresa para apoio logístico direto da estatal. Segundo o especialista, serão usados dois terminais entre o Rio e São Paulo.
- Angra poderá ser beneficiada com pré-sal com a construção de plataformas, com a instalação de empresas que fornecerão serviços ao campo e com a utilização do Terminal da Transpetro (na Ponta Leste), que possivelmente será usado para embarque e desembarque de petróleo – comentou Mauro Yuji.
A Casa legislativa esteve lotada, mas apenas oito dos 12 vereadores estiveram presentes. Os ausentes foram: Amilcar Jordão Caldellas (PMDB), Marco Aurélio Vargas (DEM), José Maria (PRB) e Lia (PT), que foi representada por um assessor. Também estavam presentes à discussão membros de sindicatos de classe afetados pela atividade, especialistas da estatal brasileira e os Secretários Municipais, Alexandre Tabet, de Atividades Econômicas, e Roberto Peixoto, de Fazenda - que representaram a Prefeitura.
Pela primeira vez a Câmara disponibilizou três canais de interação com os espectadores: telefone, e-mail e perguntas escritas no próprio plenário. O formato deve ser usado em outros debates no futuro, além da TV Câmara que transmitiu a atividade ao vivo.
Fonte: Notícia Pescada.
2 comentários:
Paulo César disse...
Gostaria de parabenizar a bancada do PT na pessoa do Dr. Ilson Peixoto, que possibilitou a população maiores informações sobre uma área bastante nobre e em crescimento acelerado em nosso país. O povo angrense ganha muito com as informações obtidas na audiência, que diga-se de passagem, foi extremamente maravilhosa com representantes influentes da petrobras e de sindicatos de trabalhadores. Importantíssimo conhecer também, o que o povo angrense ganharia com a exploração da Bacia de Santos que fica a 300 km do nosso litoral. ´Como estou entrando agora nesta área só tenho a agradecer esta causa nobre e de vital importancia. Parabenizo também, a forma como foi levado o debate, com participações de espectadores e telespectadores através de e-mail ou telefone.
Gostaria de parabenizar o vereador por mais essa iniciativa e lamentar também a falta da tv a cabo (Net) na área da grande Japuíba (Nova Angra e Banqueta)e assim não podemos acompanhar ss sessões da Câmara de Vereadores, pois nem sempre temos disponiblidade de estar presente nessas sessões. Então faço o apelo ao legítimo representante do povo para que defenda a instalação desse serviço na área citada.
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